Há alguns dias, após um decreto publicado
pelo Governo do Estado, sob o comando do coronel Célio Roberto Pinto de Araújo,
o Corpo de Bombeiros Miliar do Maranhão vem trabalhando para tentar controlar o
maior incêndio já registrado na terra indígena Arariboia, no região centro do
sul do estado. Índios guajararas tiveram suas plantações destruídas pelo fogo e
enfrentam uma crise de alimentos, segundo informou o Cimi (Conselho Indigenista
Missionário).
Ainda segundo o comandante, o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -
IBAMA está usando duas aeronaves, que ajudam no combate ao fogo. "Eles
pulverizam água com um retardante químico, que reduz o efeito da queimada e
consequentemente tem um eficácia ampliada. Enquanto as aeronaves estão fazendo
esse combate, as equipe em terra, no solo, vão fazendo ataque a chamas, que vão
diminuindo", explicou.
Na reserva, de 420 mil hectares, vivem
13 mil índios. De acordo com dados do IBAMA, o fogo já destruiu cerca de 45% da
área de proteção ambiental --são cerca de 200 mil hectares de mata que foram
queimados. A estimativa é que entre 5.000 a 8.000 tenham perdido suas
plantações.
"Os índios foram bastante
afetados, principalmente os Guajajaras. Primeiro porque eles perderam de seis a
oito casas, e outras terras em aldeias perderam as roças, gerando fome,
empobrecimento. Estamos com campanha para doação de alimentos para contribuir
com essas comunidades", contou uma das coordenadoras do Cimi no Maranhão,
Rosimeire Diniz.
Os índios da tribo Awa-Guajás se
tornaram uma preocupação à parte das autoridades. Sem contato com a
civilização, eles seriam os mais vulneráveis ao fogo na região --que também
sofre com a ação de madeireiros. "Esses que estão correndo mais
riscos, porque dependem exclusivamente da floresta. Eles estão em fuga do fogo
e dos madeireiros. A forma de ajudar eles é apagar o fogo", disse
Rosimeire Diniz, do Cimi.
No local existem pelo menos dois grupos, com cerca de 80 índios --entre
crianças e adultos". O Corpo de Bombeiros também afirma que esses grupos
são um problema específico e foco da ação das autoridades.
"Eles são um uma preocupação
porque são primitivos e vivem isolados. Tem um trecho lá da reserva que é
deles, e como eles não têm contato sequer com outros índios que já são
civilizados, a preocupação é maior. Conseguimos neutralizar que o incêndio
chegasse na área deles onde eles vivem e transitam. Se fosse preciso retirar,
seria muito difícil de se fazer. Mas as equipes foram fazendo barreira de
contenção a fim de manter a segurança dessa comunidade", finalizou o
coronel Célio Roberto.
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